quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Preservação ambiental: construção coletiva


Andréa Nascimento
            Os acontecimentos históricos marcantes no mundo, até pouco tempo antes da globalização de informações, eram restritos ao local do feito, podendo ser num país ou cidade, ou mesmo entre países como no caso do descobrimento do Brasil, da Primeira e Segunda Grandes Guerras Mundiais. Estes acontecimentos, na maioria das vezes, estavam relacionados a festas religiosas, fundações de vilas e cidades, descoberta de novas regiões, demarcações territoriais, migração de povos, dominação de uma nação sobre outra e competição entre países por algum tipo de poder, fosse ele comercial, econômico, religioso, territorial, tecnológico ou científico.
            A exposição destes acontecimentos ilustra um modo de pensar fragmentado, ingênuo e egoísta por parte da humanidade. Também da nossa parte, uma vez que de alguma forma contribuímos para este tipo de comportamento. Recebemos as informações fragmentadas e continuamos fragmentando-as. Nosso pensamento foi estimulado para um pensar fragmentado, um pensar com limitações, barreiras e linhas imaginárias que nos separam do outro e do mundo. Portanto, um dos desafios da humanidade, atualmente, é encontrar meios para sairmos dessa fragmentação e partirmos para uma visão de totalidade, criticidade e fraternismo entre todos os seres do Universo.
            Apesar da desarticulação pela falta de informação, estamos vivendo um momento histórico mundial, em que pessoas de diversos lugares do planeta estão se mobilizando em defesa da vida. Há pouco tempo, em meados do século XX, alguns estudiosos, pesquisadores e professores começaram a trazer as suas preocupações e a levantar questionamentos sobre a poluição ambiental, a quantidade de lixo produzida, as derrubadas, a devastação das florestas e o quanto estas atitudes poderiam trazer prejuízos à vida de todos.
            O olhar diferenciado dos estudiosos, pesquisadores e simpatizantes contribuíram para a denúncia e divulgação das atitudes agressivas realizadas por nós, seres humanos, contra o planeta, foi um marco na história da humanidade. A partir daí, começou-se a fomentar e a reunir diferentes países de diversas partes do mundo em prol da preservação do meio ambiente, consequentemente, a possibilidade de um novo pensar de totalidade, ou seja, a tentativa de saída da fragmentação.
            Assim, o avanço das novas tecnologias teve sua participação benéfica na divulgação das atitudes egoístas dos homens e as catástrofes causadas pela sua falta de respeito e responsabilidade planetária. O desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação (jornal, rádio, televisão e, por último, internet), favoreceu o desenvolvimento do pensamento crítico, porque os meios de divulgação rápidos e eficientes ajudaram na formação do pensamento globalizado, crítico e, quem sabe, fraterno.
            Neste sentido, estes meios de comunicação foram relevantes para que pudéssemos ter acesso a essas informações e para que começássemos também a promover uma sensibilização que atingisse a humanidade, levando-a a reflexão e a reunião de diversas nacionalidades para discutir sobre assuntos em prol da preservação ambiental.
            Hoje, percebemos a falta de uma educação de qualidade no que diz respeito à educação ambiental, ainda estamos muito precários em termos de recursos favoráveis ao desenvolvimento da conscientização ambiental no planeta. Precisamos pensar juntos com a sociedade e com os nossos representantes governamentais sobre as políticas públicas que pretendem ser as mais eficientes e necessárias à construção deste nível de consciência.
            No INTERCAMPI, instituição de educação e pesquisa, há pesquisadores, voluntários desta instituição, interessados em Pesquisas de Práticas Ambientais Sustentáveis, visando ao fomento e o desenvolvimento de estudos e vivências práticas para a sociedade em geral. Este modo teórico e prático de pesquisas busca uma nova maneira de construirmos juntos uma compreensão acerca da nossa atuação no mundo e o compromisso de nos tornarmos mais assistenciais nos lugares em que nos manifestamos.
            Diante disto, podemos dizer que temos a oportunidade de desenvolvermos um trabalho em grupo e, assim, pensarmos numa construção coletiva sobre um pensar de totalidade, crítico e fraterno possível a nossa atuação diária, minimizando o impacto de nossas ações no Universo.
Andréa Nascimento é pedagoga e pesquisadora do INTERCAMPI.

Fonte: Site da Intercampi, postada em 25/março de 2010.
http://intercampi.org/2010/03/25/artigo-preservacao-ambiental-contrucao-coletiva/

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