terça-feira, 12 de março de 2013

Antidispersividade e Foco Evolutivo



Rute Pinheiro
            A dispersão mental ou atenção saltuária é um problema que acomete a um grande número de pessoas nos dias atuais. No mundo globalizado, com internet, redes sociais, programas televisivos 24 horas, rádios e meios de comunicação impressos, além das atividades profissionais, familiares e sociais, a quantidade de estímulos a que estamos expostos todos os dias é muito maior que a de uma pessoa em boa parte da sua vida na idade média. Este fato é positivo por um lado por aumentar as inter-relações pessoais e possibilitar a transmissão da informação aos recantos mais longínquos do planeta, mas, caso o indivíduo não tenha claros os seus objetivos de vida, pode se influenciar negativamente levando a uma rotina estressante ou alienante muitas vezes improdutiva do ponto de vista evolutivo.
            A falta de concentração leva a dispersão de ideias e de ações, gerando na maioria das vezes o incompletismo de raciocínios e de atividades, projetos etc. Prejudica também o processo de memorização, uma vez que a falta de atenção a determinado assunto ou situação dificulta o processo de rememoração posterior. Como podemos nos lembrar de algo a que não demos atenção? Esta dispersão mental ou atenção saltuária, comum em pessoas taquipsíquicas, gera um turbilhão de pensamentos, sentimentos e energias (pensenes) difícil de organizar, ocasionando processos de ansiedade e insatisfação íntima por se pensar em várias coisas ao mesmo tempo e não conseguir concluir nenhuma. Quantas vezes perdemos o sono à noite pensando no que não foi feito ou no que se tem a fazer no dia seguinte? Pode também refletir em dificuldades de relacionamento, pelo fato do disperso não saber ouvir o outro, com a devida atenção focada na necessidade dele e não na própria.
            Sob a ótica da Conscienciologia, considerando-se a consciência de maneira integral, a dispersividade repercute multidimensionalmente, gerando uma série de desordens holossomáticas, ou seja, afeta os atributos mentais, interferindo em processos emocionais (ansiedade, agitação, irritação, etc.), alterando ou desorganizando as energias (entropia energética), podendo chegar ao processo da somatização (doenças, dores de cabeça, dores musculares, alergias, etc.). Esta desordem consciencial geral tende a ocasionar o incompletismo existencial, ou seja, não realização do que nos propusemos a fazer nesta vida, que pode ser observado através dos incompletismos nos planejamentos diários, semanais, mensais, anuais, etc.
            A dispersão pensênica é um processo contínuo, tendo em vista que, por se tratar de um processo inicialmente mental, pode ocorrer todo o tempo em que a consciência estiver tanto na vigília física ordinária, como nos períodos de sono, uma vez que apenas o corpo físico dorme, continuando a consciência a se manifestar em outras dimensões.
            Estando manifestada em dimensões extrafísicas, a consciência com este problema de concentração mental encontrará dificuldade na manutenção da lucidez e no controle projetivo, uma vez que ao mudar o foco do pensamento, mudará também o local de manifestação. Esta situação poderá gerar dificuldades de realização de tarefas assistenciais mais complexas que exijam uma estabilidade maior da consciência num determinado ambiente extrafísico, além do controle pensênico para não comprometer a qualidade da assistência por emitir pensamentos inadequados sobre a situação ou consciências que estejam sendo assistidas.
            Assim, a superação da dispersividade possibilita a organização pensênica e holossomática, facilitando o processo de acabativa de planejamentos e a manutenção do foco evolutivo prioritário. A retilinearidade do pensamento pode proporcionar o apaziguamento ou serenização das emoções, facilitando a organização das energias e manutenção do equilíbrio somático.
            Partindo-se do princípio de que a organização é um dos aspectos fundamentais para a evolução, a solução deste problema torna-se relevante para que a consciência consiga organizar-se de tal forma que possibilite alcançar o completismo existencial.        Considerando também a manifestação extrafísica, como já citado anteriormente, a resolução deste problema permitirá que a consciência qualifique a sua assistência, saia do sub-nível e passe a atuar ombro-a-ombro com os amparadores, consciências extrafísicas mais evoluídas. Como os amparadores poderão contar com alguém que não consegue controlar nem os próprios pensamentos?
            Você já parou para pensar qual o seu foco nesta vida ou ainda continua vivendo a deriva? Como já dizia Sêneca, “não há vento favorável para quem não sabe aonde vai".
Rute Pinheiro é Bióloga, professora, pesquisadora da Conscienciologia e voluntária do INTERCAMPI.

Fonte: Site da Intercampi postado em 30/setembro de 2010.
http://intercampi.org/2010/09/30/artigo-antidispersividade-e-foco-evolutivo/

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