sexta-feira, 8 de março de 2013

Igualdade Consciencial



Thiago Leite
            Na Conscienciologia, usamos o termo consciência para nos referir a cada individualidade que se manifesta através de pensamento, sentimento e energia (pensene) e que está em constante evolução. Você (bem como cada ser humano) é uma consciência, e também cada animal sub-humano (princípio consciencial), e até mesmo aquela consciência, temporariamente sem corpo físico (consciência extrafísica ou consciex, popularmente conhecida como espírito), que se encontra num estágio entre duas vidas humanas. Ou seja, as consciências habitantes do universo coexistem em múltiplos níveis evolutivos e em várias dimensões (multidimensionalidade).
            A condição natural de todas as consciências deste universo multidimensional se caracteriza pelaisogênese, ou seja, a igualdade no nascimento (iso, “igual”; gênese, “surgimento”). Toda consciência passa por um processo evolutivo muito longo, partindo de uma condição rudimentar, de nascimentos e renascimentos, no qual suas experiências determinam sua individualidade e a velocidade com que atinge estágios mais evoluídos.
            Da mesma forma, toda consciência renasce na vida intrafísica com as mesmas oportunidades de evolução e de participação na sociedade e política humanas, bem como na parapolítica multidimensional. Trata-se de um fato, baseado no princípio de que toda consciência tem a mesma natureza primordial, independentemente de suas experiências específicas e seu grau evolutivo. No entanto, essa igualdade de oportunidades será aproveitada de maneira diferente por cada consciência, a depender de suas experiências passadas, das conquistas que já acumulou em vidas anteriores e das metas evolutivas que estabeleceu para si mesma.
            A intolerância de qualquer tipo se contrapõe ao movimento mais sadio da evolução consciencial, em que se compreende a importância da prática da interassistência sem limites, através da tarefa do esclarecimento (pela qual se ensina e se assiste através do exemplo e da informação apresentada com criticidade, sem imposições dogmáticas e sem apelar para o consolo emocional). A assunção da isogênese pela consciência na convivialidade é importante para que se evite qualquer tipo de favoritismo baseado em ideias como raça, etnia, nacionalidade, classe social, gênero e tantos outros segregacionismos. Cada um de nós é uma pequena peça num imenso mecanismo multidimensional.
            As histórias de amizades que transcendem as barreiras imaginárias impostas socialmente servem como exemplo de um exercício básico da compreensão da isogênese e da vivência do fraternismo. A fábula O Príncipe e o Mendigo, do escritor norte-americano Mark Twain, a ficção científica do filmeInimigo Meu (1985), do diretor Wolfgang Petersen, e o relato real, levado ao cinema por Akira Kurosawa, Dersu Uzala (1975) são alegorias desse avanço gradual rumo à maxifraternidade, representado pela amizade entre pessoas muito diferentes que encontram algo em comum. A amizade fraterna provoca um efeito halo, servindo de exemplo para a expansão de uma convivialidade mais universalista.
            Compreender a isogênese também implica na necessidade de superar as limitações da ética e da moral humanas, ainda estreitas, e começar a desenvolver a Cosmoética, segundo a qual nossas ações são guiadas pelo princípio: “que aconteça o melhor para todos, em quaisquer dimensões e níveis evolutivos”. A postura cosmoética deve se caracterizar por uma coerência dos pensenes, um pensar, sentir e agir fraternos para com todos os outros. Os preconceitos e os bairrismos não devem ser obstáculos para a interassistência e a convivência sadia entre todas as consciências no Cosmos (maxifraternismo).
            Todos têm os mesmos direitos perante seus iguais. O exercício da democracia pela política humana tem sido um ensaio titubeante rumo a uma condição mais avançada de democracia pura, em que a cada um se dá a oportunidade, igual à de todos os outros, de participar nas decisões políticas de sua sociedade. Isso não se contrapõe à meritocracia e a individualidade, já que as consciências têm histórias particulares diferentes e se destacam diferentemente. Embora as oportunidades sejam iguais, os aproveitamentos destas são diversas, tanto em natureza quanto em grau, o que implica que as conquistas evolutivas maiores têm como consequência deveres maiores para com o conjunto das consciências ao nosso redor.
            A democracia tende a se ampliar para a constituição, em longo prazo, do Estado Mundial, realização humana máxima baseada na autoconscientização grupal da isogênese, quando se espera que toda a população da Terra constitua uma única sociedade, com um idioma comum, realizando a democracia plena em nível planetário. É possível que o Estado Mundial se ampliará para uma organização ainda maior, se chegarmos a ter contato intrafísico com povos de outros planetas.
            Não obstante, a prática da projeção lúcida da consciência para fora do corpo humano nos permite entrar em contato com consciências, também projetadas ou em estágio intervidas, que habitam este e outros planetas (exoprojeção). Essa experiência extracorpórea mostra que não há limites para a convivialidade interconsciencial. Nós mesmos, provavelmente, já habitamos corpos físicos em outros planetas. Já há consciências de todas as partes do universo em constante intercâmbio assistencial e que não possuem raízes, participando, na condição de consciências isogenéticas, dos processos parapolíticos, parassociais, multidimensionais. Somos cidadãos do Cosmos.
            Você, leitora ou leitor, lida bem com a diversidade na igualdade? Já concebe os direitos iguais para todos, independentemente de nacionalismos, racismos, etnocentrismos, sexismos ou até mesmo planetarismos.

Thiago Leite é voluntário da Intercampi.

Fonte: Site da Intercampi postado em 27/janeiro de 2011.
http://intercampi.org/2011/01/27/artigo-igualdade-consciencial/

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