quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Uma nova visão sobre a infância

Marta Helena Fuchs
            Ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, o trauma do renascimento é muito mais sentido e intenso do que o da dessoma ou morte física. Na ressoma, a consciência passa por um restringimento intensivo, perdendo a lucidez, a liberdade extrafísica e a sutileza de manifestação e percepção.
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A consciência troca de soma a cada vida intrafísica, tendo novamente que dominar e domesticar o novo corpo animal. A cada vida herdamos uma nova genética, informação esta que se integra à nossa bagagem multiexistencial – a paragenética.
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 Em vidas anteriores, com certeza tivemos vários corpos bem diferentes uns dos outros, ou seja, de diferentes raças, compleições físicas, e de ambos os sexos. O fato de estar ressomada dentro de um corpo físico compromete a perceptibilidade da atual condição, criando um estado de restrição. Assim, a consciência condicionada sofre ao iniciar a nova vida física, em um soma bastante imaturo e despreparado, tornando-se refém dos novos conhecimentos e sujeita a rasgos de lembranças passadas.
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 Cada vida intrafísica representa uma dependência e o ser humano é o mais dependente dos animais, num corpo frágil, subordinado aos cuidados de adultos e ligado à genética, com as energias desordenadas e imaturas e, ainda, carente de afeto. Esta mudança severa é um choque que causa entorpecimento, um adormecimento na continuidade da lucidez. Há uma quebra na sua sequência de manifestação. Há um bloqueio profundo nas memórias de outras existências. É o ônus que a consciência tem ao ressomar, a fim de ter nova chance de redirecionar sua evolução, através de seu constante amadurecimento, do seu desenvolvimento, de suas possibilidades em todos os sentidos tanto físicas, psicológicas, hereditárias, etc.
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 Desse modo, na sua jornada física rumo à sua evolução, pode atingir completo desenvolvimento, permanecer estagnada, parada, imatura e até regredir. Portanto, podem existir pessoas com compreensão acurada, com autodiscernimento, pesquisadoras de si mesmas, com a finalidade de crescimento evolutivo. Tais pessoas, através do exercício constante, diuturno e vigilante poderão medir o grau de lucidez e o grau da sua maturidade como consciência. 
Nessa atitude de eterna pesquisa de si mesma, a consciência precisa reconhecer seus trafores (traços força), desenvolvendo-os e adquirindo outros; identificar seus trafares (traços fardos), esforçando-se para que sejam superados no decorrer das suas vidas intrafísicas e possam atingir pleno desenvolvimento consciencial. São consciências que se decidiram por uma opção evolutiva. Assim deixam de lado vivências precárias, subconscientes e imaturas próprias da fase infantil.
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 Este infantilismo que pode persistir em algumas consciências na fase adulta e é o resultado do não aproveitamento de uma fase rica em aprendizagem enquanto crianças. Mostra a falta da capacidade e do esforço de usufruir do benefício e melhoramento que este período proporciona através das experiências e vivências.
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 Tais consciências vão ter escolhas, reações e comportamentos na fase atual (adulta) de um período cronologicamente que já passou e que já deveria ter sido ultrapassado. Tais atitudes desajustadas, não são coerentes com a realidade presente, uma vez que cada período da vida física tem seus parâmetros próprios condizentes com a sua faixa etária, suas condições físicas e psicológicas. Estes parâmetros devem ser ultrapassados sob pena de ficarem estagnadas. São consciências carentes de discernimento, de lucidez, de vontade de crescer evolutivamente e, principalmente, de uma autopesquisa que levará a um acurado conhecimento de si mesmas para que possam mudar para melhor.
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 São consciências que não aproveitam os mecanismos e os procedimentos que são colocados para serem utilizados em cada ressoma.
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 São adultos imaturos, ingênuos. São adultos infantis. Não se libertaram do porão consciencial. 
Como a infância é um período em que a consciência está restringida, obnubilada, o mais correto é tratar esta fase de maneira proveitosa, promovendo situações que possam despertar e propiciar rememorações esclarecedoras e gradativas e que, também possam estimular e evocar as retrocognições, a fim de que haja um ganho consciencial, priorizando, assim, a inteligência evolutiva.
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 Os pais, professores e cuidadores, enfim, as pessoas responsáveis pela educação da criança precisam assumir a responsabilidade de procurar encarar a fase infantil como um período de franco progresso, desenvolvimento e amadurecimento e assim, ser tratada como ela é, uma consciência. E, como tal, já possui a sua bagagem multissecular trazida pela paragenética.
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 É uma consciência que está temporariamente criança, mas possui conhecimentos inatos e um somatório de autoexperiências. Conhecimentos estes que são o resultado das informações adquiridas em existências anteriores. 
Estas informações inatas constituem as idéias que se conservam em estado de intuição para servirem de base à apreciação de outras novas.
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 Cabe a nós a liberdade de rememorá-las ou não. Caso positivo a consciência terá uma ferramenta que proporcionará um fundamento para que os valores da educação, na nova vida, seja um despertamento do nosso patrimônio intelectual adormecido.

       Marta Helena Fuchs é professora,   com    Curso de Letras-Clássicas       (  UFRGS )  e Pós-Graduação em Administração Escolar ( FAPA ). Lecionou durante 29 anos nos municípios  de Porto Alegre  e Canoas para pré-adolescentes, adolescentes e adultos.

Fonte: Site da evolucin acessado em 28/08/13 as 00:12. http://www.evolucin.com.br/umanovavisao.html

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