domingo, 1 de setembro de 2013

Mesologia, Genética, Paragenética e o estresse

Marta Helena Fuchs
            A capacidade que temos de conhecer o mundo decorre da percepção pessoal da realidade que é diferente em cada um de nós.
            A percepção pessoal da realidade engloba toda nossa maneira de ver e sentir o mundo e só essa realidade ( única para nós ) nos interessa. Engloba também não só a concepção que temos das coisas que estão fora da gente, como fatos, eventos, objetos, pessoas,etc, mas também os conceitos que cultivamos dentro de nós, nossas escalas de valores,  conflitos e complexos.
            Há também o material interno ou intra-psíquico que inclui a imagem que nós temos de mesmos, ou seja, inclui nossa autoestima que pode ser negativa ou positiva, de acordo com a bagagem emocional de cada indivíduo.
            A ideia pode, por si só, ser um estímulo agressivo e causador de ansiedade, caso seja uma ideia negativa e que nos perturba constantemente.  Esta ansiedade pode ser de natureza mais ou menos traumática, ou seja, mais estressante ou menos estressante, dependendo da conotação a ela atribuída pela sensibilidade de cada um.
            O risco de exposição a traumas tem feito parte da condição humana desde a evolução da espécie. Atualmente a exposição urbana, as agressões interpessoais do cotidiano em todas as esferas, os prejuízos determinados pelos acidentes da vida em sociedade e tanto outros fatores geradores de perturbações têm crescido, registrando um aumento de casos emocionais, depressivos e traumáticos, todos ligados à ansiedade. São transtornos emocionais desencadeados pelo esforço adaptativo do indivíduo ao seu meio e, quanto mais hostil for esse meio, maiores as probabilidades desses transtornos.
            Assim sendo, o meio ambiente fornece os elementos para o surgimento das ansiedades que vão gerar desafios constantes, necessários, quando estimulados e  quando nos obrigam a tomar atitudes, a definir posições, a fazer escolha. São, pois, estimulantes e geradores de uma forma benigna e saudável do estresse, denominada eutresse.
            Porém, quando a manifestação é em demasia diante de qualquer estímulo estressante , a ansiedade gerada torna-se alta nas funções e no desempenho de alguns órgãos. Esta aspecto é o distresse.
            Os componentes que potencializam o estresse leve, rotineiro, que impulsiona a pessoa a agir em alguma direção, pode originar desequilíbrios emotivos e físicos, proporcionando a sensação prevalente de que não se consegue ter domínio do contexto e dos fatos. A Paragnética, arquivo pessoal, construído ao longo das vidas, muitas vezes é a responsável por essa condição. A reciclagem intraconsciencial no intuito de mudança, tanto no caso de avaliar os estímulos considerados a priori negativos e a conduta frente a eles é a proposta da ciência Conscienciologia.
             Reciclar é necessário.
            A Genética contribui com nossa forma de sentir e agir através do exemplarismo. A conduta de pais, irmãos ou parentes mais velhos, muitas vezes, é copiada e a forma como eles agem e reagem termina sendo utilizada como saída para situações vivenciadas.
            A hereditariedade, portanto, é a herança genética que recebemos de nossos antepassados, seja ela, características físicas  como doenças, comportamentos e até mesmo o modo como analisamos e avaliamos os fatos.
            A bagagem genética é o conteúdo fisiológico decorrente das informações provenientes do pai, da mãe e ascendentes.
            A Paragenética é o conteúdo de aprendizados decorrentes de vidas anteriores  (conteúdo parafisiológico). Representa todo o conhecimento e sabedoria que adquirimos durante todas as nossas vidas passadas; traz suas principais características como o caráter, a honestidade, a ética, a inteligência, as vocações, os talentos e habilidades ; tem relação com as características que a consciência armazenou através das experiências em outras vidas e durante o período intermissivo, e que se manifestam na atual existência em concomitância à Genética.
            Ela pode se manifestar mediante talentos, potencialidades, valores, inclinações e atributos conscienciais desenvolvidos ao longo de múltiplas seriéxis. E também através das ideias inatas que o indivíduo apresenta espontaneamente desde a infância.
            Pode ser a origem tanto de traços positivos quanto de tendências negativas  ( trafores e trafares ) da consciência ou predisposições a distúrbios holossomáticos que influenciarão na consciência em diferentes graus, dependendo do nível evolutivo e maturidade integral, conquistados nas múltiplas existências.
            É importante a autoconscientização e análise de fatores genéticos (não só traços físicos mas de personalidade herdados biologicamente dos pais), dos mesológicos ( época, ambiente, cultura, educação, família ) e dos paragenéticos (herança da consciência ligadas ao mentalsoma e psicossoma) já que esses componentes se interligam de forma complexa.
            As situações estressantes tendo como fator precipitante o meio vão afetar as pessoas de forma variada devido a vulnerabilidades intrínsecas de cada um.
            Assim sendo, o ambiente surte efeitos diferentes de acordo com as capacidades ou qualidades  da consciência. Nesta interação a consciência age ou  impondo  sua resistência inata ou mostrando sua vulnerabilidade de acordo com a bagagem própria que cada uma traz consigo.
            A presença de fatores genéticos e paragenéticos, preexistentes ou adquiridos, em conjunto com a resistência do indivíduo e à exposição a estressores determinam o surgimento de doenças físicas e psicológicas. Quanto maior a predisposição, menor será o nível tolerado de estresse, antes do surgimento da doença.
            A Genética e a Paragenética sendo sadias e fortes podem vencer o meio por mais hostil que seja.
            Prova disso são os exemplos de pessoas que viviam em situações as mais adversas e conseguiram vencer todas estas barreiras, adquirindo condições de mudar o rumo daquilo que parecia  impossível e imutável. Saíram do meio hostil e de adversidades para mostrarem outra realidade de desenvolvimento, chegando a alcançar, através do esforço e estudo, dignidade e prestígio e servindo de exemplo a ser seguido.
            As crianças são mais suscetíveis ao aparecimento e desenvolvimento do estresse, principalmente na faixa etária até os sete anos.
            Inicialmente porque o processo do esquecimento de existências de vidas anteriores, que é uma das consequências da ressoma, não é absoluto, principalmente, nos primeiros anos de vida intrafísica da consciência. Assim, as crianças possuem maior predisposição às retrocognições.
            Outro fator é a existência de menor condicionamentos culturais e religiosos na consciência recém ressomada, mantendo laços menos rígidos com o soma. Tudo isso oferece muita facilidade de efetuarem conexões de situações estressantes atuais que o meio oferece com as experiências vivenciadas anteriormente em outras vidas, já que o processo do esquecimento da ressoma ainda não foi concluído totalmente nesta idade.
            Também deve-se levar em conta que o desenvolvimento biológico, afetivo, psíquico e social das crianças neste período ainda está em fase de reciclagem e de desenvolvimento, não sendo capazes de vencerem as constantes adversidades e desafios  que são bombardeados diuturnamente no convívio com os elementos  e situações dos  grupos a que pertencem,  principalmente, a família e  a escola.

Marta Helena Fuchs é Professora, com Curso de Letras-Clássicas (UFRGS) e Pós-Graduação em Administração Escolar (FAPA). Lecionou durante 29 anos nos municípios de Porto Alegre e Canoas para pré-adolescentes, adolescentes e adultos.

FONTES DE CONSULTA

Verbete  Eutresse-Enciclopédia da Conscienciologia

Fonte: Site da Evolucin acessado em 01/09/13 as 14:50.
http://www.evolucin.com.br/mesologia.html

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